Sem fardas, policias têm a formatura adiada pela PM.
Djalma Oliveira e Mario Campagnani.
A sexta-feira passada, dia 19, deveria ter sido de felicidade para cerca de 500 alunos da primeira turma a começar o curso do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (Cfap) da Polícia Militar (PM) este ano. A expectativa de que a formatura acontecesse na$dia foi frustrada pela falta de fardas. Pelo regulamento, os uniformes deveriam estar com os futuros soldados desde 31 de janeiro, primeiro dia de aula. O atraso na cerimônia de conclusão pode comprometer os planos de criar novas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), já que os recém-formados devem ocupar esses postos nas comunidades.
Os alunos chegaram a pensar em comprar as fardas.
— Eu não gastaria um centavo para comprar a farda para a formatura, pois é obrigação do Estado fornecê-la — disse um dos alunos, cuja identidade foi preservada.
A proposta foi rejeitada também pela maioria na comunidade do site de relacionamentos Orkut intitulada "PMERJ concursos CFSd".
A PM confirmou que a formatura aconteceria no dia 19, mas ainda não escolheu a nova data. A corporação também informou que as fardas não foram entregues devido a problemas na licitação para a compra das roupas. Ainda segundo a $ção, o cronograma do curso está sendo seguido.
No rígido código que regula a conduta militar, o zelo pelo uniforme é importante. Botas engraxadas e roupas passadas e arrumadas são essenciais, podendo provocar detenção em caso de não cumprimento das normas. Para contornar a falta de material, o Cfap determinou que os alunos deveriam usar calças jeans azuis e camisetas brancas, que ganharam o apelido de "bichoforme".
— O pior é que tivemos que comprar as camisas e as calças — disse outro aluno, que não quis se identificar.
Aumento da demanda
Atrasos na entrega das fardas e no pagamento dos alunos do Cfap podem ser reflexos do aumento da demanda por novos policiais, acreditam especialistas em segurança pública. Por causa do programa das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), a PM espera colocar 2.500 novos policiais nas comunidades e nas ruas até o fim do ano, segundo o coronel Íbis Silva Pereira, porta-voz da corporação.
De acordo com o consultor de segurança Paulo Storani, ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM, a questão é que a administração pública não consegue agir de forma tão rápida quanto a iniciativa privada. Assim, quando há algum problema no meio do caminho, o tempo de resposta é sempre mais lento.
— Se você tem uma empresa e precisa comprar algo, faz o pagamento e pronto. No caso do governo, há todo um rito que precisa ser seguido, desde a liberação da verba até a escolha da empresa, por meio de licitação — declarou Storani.
A sexta-feira passada, dia 19, deveria ter sido de felicidade para cerca de 500 alunos da primeira turma a começar o curso do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (Cfap) da Polícia Militar (PM) este ano. A expectativa de que a formatura acontecesse na$dia foi frustrada pela falta de fardas. Pelo regulamento, os uniformes deveriam estar com os futuros soldados desde 31 de janeiro, primeiro dia de aula. O atraso na cerimônia de conclusão pode comprometer os planos de criar novas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), já que os recém-formados devem ocupar esses postos nas comunidades.
Os alunos chegaram a pensar em comprar as fardas.
— Eu não gastaria um centavo para comprar a farda para a formatura, pois é obrigação do Estado fornecê-la — disse um dos alunos, cuja identidade foi preservada.
A proposta foi rejeitada também pela maioria na comunidade do site de relacionamentos Orkut intitulada "PMERJ concursos CFSd".
A PM confirmou que a formatura aconteceria no dia 19, mas ainda não escolheu a nova data. A corporação também informou que as fardas não foram entregues devido a problemas na licitação para a compra das roupas. Ainda segundo a $ção, o cronograma do curso está sendo seguido.
No rígido código que regula a conduta militar, o zelo pelo uniforme é importante. Botas engraxadas e roupas passadas e arrumadas são essenciais, podendo provocar detenção em caso de não cumprimento das normas. Para contornar a falta de material, o Cfap determinou que os alunos deveriam usar calças jeans azuis e camisetas brancas, que ganharam o apelido de "bichoforme".
— O pior é que tivemos que comprar as camisas e as calças — disse outro aluno, que não quis se identificar.
Aumento da demanda
Atrasos na entrega das fardas e no pagamento dos alunos do Cfap podem ser reflexos do aumento da demanda por novos policiais, acreditam especialistas em segurança pública. Por causa do programa das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), a PM espera colocar 2.500 novos policiais nas comunidades e nas ruas até o fim do ano, segundo o coronel Íbis Silva Pereira, porta-voz da corporação.
De acordo com o consultor de segurança Paulo Storani, ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM, a questão é que a administração pública não consegue agir de forma tão rápida quanto a iniciativa privada. Assim, quando há algum problema no meio do caminho, o tempo de resposta é sempre mais lento.
— Se você tem uma empresa e precisa comprar algo, faz o pagamento e pronto. No caso do governo, há todo um rito que precisa ser seguido, desde a liberação da verba até a escolha da empresa, por meio de licitação — declarou Storani.
COMENTO:
Paulo Storani é um dos considerados "especialistas em segurança pública" que passaram rapidamente pela Polícia Militar. Normalmente, ele é ouvido sobre o assunto que domina, as instruções de tiro, destacando-se positivamente, mas dessa vez opinou em outra área.
Tenho certeza que Storani falou sem conhecer o problema, pois se soubesse que os alunos do CFAP concluíram sete meses de curso, sem receberem qualquer uniforme, certamente, não repetiria a desculpa esfarrapada que Beltrame já deu.
Na área da segurança pública do Rio de Janeiro éPROIBIDO PLANEJAR, essa parece ser a ORDEM.
Pelo que percebo o único que gostava de planejar era o falso Coronel do Exército que Beltrame contratou para assessorá-lo, depois que ele foi descoberto, meses depois de contratado, ninguém mais tenta planejar nada.
As implantações das UPPs, onde os PMs são jogados de qualquer maneira nas comunidades carentes, são exemplos da completa falta de planejamento.
Planejar é proibido, não resta dúvida.
A incorporação de qualquer contingente na Polícia Militar deve ser precedida de um planejamento criterioso, multidisciplinar, pois existem grandesefeitos que nem sempre são percebidos.
Cito um exemplo que quase ninguém observa.
A PMERJ tem um sistema próprio de saúde. Cada novo PM que ingressa trás consigo mais três dependentes em média, conforme trabalho realizado pela Diretoria Geral de Saúde, os quais também serão usuários do sistema de saúde institucional.
Isso significa que se a PMERJ incorporar mais 7.000 Soldados em 2011, como o governo deseja, quase 30.000 novos usuários entrarão nas filas dos nossos hospitais e das nossas policlínicas.
Diante dessa verdade, antes de promover tal incorporação, o sistema de saúde deve ser preparado para a nova demanda, não ocorrendo qualquer incorporação antes que isso ocorra.
Isso é planejar.
Como justificar a incorporação de alunos no CFAP sem ter o fardamento para fornecer a eles para frequentarem as instruções, quando é DEVER do governo fornecê-los?
Isso é incompetência.
Como incorporar alunos no CFAP sem ter munição para ministrar as instruções de tiro?
Isso é incompetência.
Como incorporar alunos no CFAP se não existe espaço no rancho para que todos possam se alimentar adequadamente?
Isso é incompetência.
Como incorporar alunos no CFAP fazendo com que eles paguem os exames médicos admissionais?
Bem...
Salvo melhor juízo, isso já pode ser considerado "indício de crime" a ser apurado, considerando que existe lei estadual que determina que o órgão público assuma essas despesas.
Se a memória não está me traindo, pois já fora tantas as comunicações feitas ao Ministério Público, esse indício de crime eu já comuniquei, solicitando investigação.
Planejar é indispensável, pena que seja proibido no atual governo.
Paulo Storani é um dos considerados "especialistas em segurança pública" que passaram rapidamente pela Polícia Militar. Normalmente, ele é ouvido sobre o assunto que domina, as instruções de tiro, destacando-se positivamente, mas dessa vez opinou em outra área.
Tenho certeza que Storani falou sem conhecer o problema, pois se soubesse que os alunos do CFAP concluíram sete meses de curso, sem receberem qualquer uniforme, certamente, não repetiria a desculpa esfarrapada que Beltrame já deu.
Na área da segurança pública do Rio de Janeiro éPROIBIDO PLANEJAR, essa parece ser a ORDEM.
Pelo que percebo o único que gostava de planejar era o falso Coronel do Exército que Beltrame contratou para assessorá-lo, depois que ele foi descoberto, meses depois de contratado, ninguém mais tenta planejar nada.
As implantações das UPPs, onde os PMs são jogados de qualquer maneira nas comunidades carentes, são exemplos da completa falta de planejamento.
Planejar é proibido, não resta dúvida.
A incorporação de qualquer contingente na Polícia Militar deve ser precedida de um planejamento criterioso, multidisciplinar, pois existem grandesefeitos que nem sempre são percebidos.
Cito um exemplo que quase ninguém observa.
A PMERJ tem um sistema próprio de saúde. Cada novo PM que ingressa trás consigo mais três dependentes em média, conforme trabalho realizado pela Diretoria Geral de Saúde, os quais também serão usuários do sistema de saúde institucional.
Isso significa que se a PMERJ incorporar mais 7.000 Soldados em 2011, como o governo deseja, quase 30.000 novos usuários entrarão nas filas dos nossos hospitais e das nossas policlínicas.
Diante dessa verdade, antes de promover tal incorporação, o sistema de saúde deve ser preparado para a nova demanda, não ocorrendo qualquer incorporação antes que isso ocorra.
Isso é planejar.
Como justificar a incorporação de alunos no CFAP sem ter o fardamento para fornecer a eles para frequentarem as instruções, quando é DEVER do governo fornecê-los?
Isso é incompetência.
Como incorporar alunos no CFAP sem ter munição para ministrar as instruções de tiro?
Isso é incompetência.
Como incorporar alunos no CFAP se não existe espaço no rancho para que todos possam se alimentar adequadamente?
Isso é incompetência.
Como incorporar alunos no CFAP fazendo com que eles paguem os exames médicos admissionais?
Bem...
Salvo melhor juízo, isso já pode ser considerado "indício de crime" a ser apurado, considerando que existe lei estadual que determina que o órgão público assuma essas despesas.
Se a memória não está me traindo, pois já fora tantas as comunicações feitas ao Ministério Público, esse indício de crime eu já comuniquei, solicitando investigação.
Planejar é indispensável, pena que seja proibido no atual governo.
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